A Virada Tricolor no Morumbis: São Paulo 2 x 1 Grêmio
Era uma noite fria de outono, 17 de maio de 2025, e o Morumbis pulsava com a expectativa de mais um clássico do futebol brasileiro. São Paulo e Grêmio, dois gigantes tricolores, duelavam pela 9ª rodada do Brasileirão, em um confronto que prometia equilíbrio, como sempre. Nos últimos dez embates, a história registrava cinco empates, duas vitórias para cada lado e um punhado de emoções. Mas naquela noite, o destino reservava um capítulo especial para os donos da casa.
O primeiro tempo começou morno, quase como se os times se estudassem com cautela excessiva. O São Paulo, comandado por Zubeldía, tentava impor seu ritmo com trocas rápidas de passes, mas esbarrava na sólida defesa gremista. O Grêmio, por sua vez, apostava na velocidade de Aravena, que, aos 25 minutos, abriu o placar com um chute colocado, silenciando a torcida no Morumbis. O 1 a 0 para os gaúchos parecia injusto, dado o volume de jogo tricolor, mas o futebol não vive de justiça — vive de gols.
Nos vestiários, algo mudou. Talvez tenha sido uma bronca de Zubeldía, talvez a energia da torcida, que não parava de cantar. O São Paulo voltou para o segundo tempo com outra postura, como um lutador que, depois de um golpe, encontra forças para revidar. Aos 15 minutos, Arboleda, o zagueiro equatoriano, subiu mais alto que todos em um escanteio e cabeceou com precisão: 1 a 1. O Morumbis explodiu, e o jogo ganhou vida.
O Grêmio, acuado, tentava resistir, mas o São Paulo estava inspirado. Lucca, que entrara no intervalo, trouxe frescor ao ataque, enquanto André Silva, sempre oportunista, rondava a área como um predador. Aos 38 minutos do segundo tempo, um lance polêmico: uma disputa na área gremista terminou com o árbitro marcando pênalti para o São Paulo, para desespero dos gaúchos. Na cobrança, André Silva, com a frieza de um carrasco, deslocou o goleiro e virou o jogo: 2 a 1. A torcida tricolor, agora em êxtase, transformava o Morumbis em um caldeirão.
Os dez minutos de acréscimo foram de pura tensão. O Grêmio, desesperado, partiu para o tudo ou nada, mas esbarrou na defesa sólida do São Paulo, que, naquela noite, sofreu apenas três finalizações — o menor número no Brasileirão 2025, segundo as estatísticas. Quando o apito final soou, a vitória era tricolor: 2 a 1, com direito a uma virada que quebrou um jejum de três jogos sem triunfos e empurrou o Grêmio para a temida zona de rebaixamento.
No campo, os heróis da noite eram celebrados. Arboleda, com seu gol de empate, e André Silva, com o tento decisivo, saíram como protagonistas. Lucca, com sua entrada decisiva, e até Cédric, que reforçou o meio nos minutos finais, receberam os aplausos. Do lado gremista, o gosto amargo da derrota vinha com a sensação de injustiça pelo pênalti, mas o futebol, como sempre, não perdoa desatenções.
Na arquibancada, a torcida do São Paulo cantava “Vamos, São Paulo, vamos ser campeão”, enquanto o Morumbis, iluminado, parecia sorrir. A vitória não era só três pontos; era a prova de que, mesmo em noites frias, o coração tricolor bate quente. E assim, naquela noite de maio, o São Paulo escrevia mais uma página de sua história, com suor, garra e a magia de uma virada inesquecível.
Notas dos Jogadores
São Paulo
Técnico: Luis Zubeldía (6,0)
Rafael; 6,0
Ferraresi, 6,0
Arboleda, 7,0
Sabino, 5,5
Enzo Díaz; 5,5
Marcos Antônio 5,5
Pablo Maia, 6,0
Lucca 5,0
Alisson, 6,0
Oscar; 6,5
Luciano, 6,0
Lucas Ferreira, 6,0
André Silva. 7,0
Cedric Soares 5,5
Grêmio
Tiago Volpi; 6,0
João Pedro, 5,0
Jemerson, 5,0
Wagner Leonardo, 5,5
Marlon; 6,0
Dodi, 5,0
Villasanti 5,5,
Monsalve 5,5
Cristaldo 5,0
, Alysson; 5,5
Aravena, 6,5
Braithwaite. 5,5