Crônica: Flamengo x Botafogo – Um Clássico de Tensão e Chances Perdidas

No coração do Rio de Janeiro, o Maracanã pulsava na noite de 18 de maio de 2025, recebendo mais um capítulo do clássico entre Flamengo e Botafogo, pela nona rodada do Brasileirão Betano. Sob o céu estrelado, as arquibancadas vibravam com a paixão de duas torcidas que, apesar das rivalidades, compartilhavam a mesma ansiedade por um gol que, no fim das contas, não veio. O placar final de 0 a 0 foi um reflexo de um jogo truncado, intenso, mas carente daquele momento de genialidade capaz de desequilibrar.

Desde o apito inicial, o Flamengo, jogando em casa, buscou impor seu ritmo. Com 58% de posse de bola no primeiro tempo, o Rubro-Negro tentava envolver o Botafogo com trocas de passes rápidos e investidas pelas pontas. Everton Cebolinha, inspirado, foi o protagonista das melhores chances. Aos 9 minutos, um lançamento primoroso de Rossi encontrou o atacante, que, cara a cara com o gol, foi travado no último instante pela zaga alvinegra. A torcida prendeu o fôlego, mas o grito ficou entalado. Mais tarde, aos 26 minutos, Cebolinha voltou a brilhar: driblou o marcador com um corte seco, colocou a bola no pé direito e, novamente, viu a defesa botafoguense crescer na hora H.

O Botafogo, por sua vez, não se intimidou. Com uma postura sólida defensivamente, o time de General Severiano apostava nos contra-ataques e na marcação alta para dificultar a vida do adversário. Com 11 faltas cometidas no primeiro tempo contra 5 do Flamengo, os alvinegros mostraram que não dariam espaços facilmente. As finalizações, porém, foram escassas: apenas quatro, nenhuma delas exigindo grandes defesas de Rossi, o goleiro rubro-negro. A precisão nos passes, quase empatada (88% do Flamengo contra 89% do Botafogo), evidenciava um jogo de xadrez, onde cada movimento era calculado, mas faltava o xeque-mate.

No intervalo, o placar zerado refletia a realidade do jogo: muita disputa, pouca criação. As torcidas, ainda cheias de energia, cantavam sem parar, como se quisessem empurrar seus times para algo mais. No segundo tempo, o Flamengo voltou com ainda mais ímpeto. Aos 13 minutos, Luiz Araújo quase escreveu seu nome na história do clássico. Após um rebote de escanteio, o atacante pegou a bola de primeira e soltou uma “fatiada” que passou raspando a trave de John, o goleiro botafoguense. A torcida rubro-negra levantou, mas o suspiro de alívio do lado alvinegro foi imediato.

O Botafogo, embora menos ofensivo, teve seus momentos. Um raro avanço ao ataque, por volta dos 20 minutos do segundo tempo, terminou com uma finalização bloqueada pela zaga flamenguista, que se mostrava atenta. O jogo, porém, começou a perder ritmo. Substituições de ambos os lados tentaram mudar o cenário, mas o cansaço pesava. Pedro, apagado, não conseguiu repetir suas atuações decisivas, e o Flamengo sentiu falta de um “algo a mais” no ataque. Como bem apontou um torcedor no X, “faltou fôlego” ao time da casa, que poderia ter arriscado com nomes como Juninho para tentar abrir o placar.

O apito final trouxe um misto de alívio e frustração. Para o Flamengo, o 0 a 0 em casa foi um tropeço, com chances claras desperdiçadas e a sensação de que o time poderia ter feito mais. Para o Botafogo, o ponto conquistado no Maracanã foi valioso, especialmente pela solidez defensiva que segurou um dos ataques mais temidos do campeonato.

No fim, o clássico foi um retrato da rivalidade carioca: intenso, disputado, cheio de quase-gols e emoções, mas sem o brilho final que a torcida tanto esperava. O Maracanã se despediu em silêncio, com os torcedores já pensando no próximo confronto, na esperança de que, da próxima vez, a rede finalmente balance

Notas dos Jogadores

Flamengo

Agustín Rossi 7,0

Wesley 5,5

Léo Ortiz 6,5

Léo Pereira 6,0

Alex Sandro 6,0

Evertton 6,0

De La Cruz 5,0

Luiz Araújo 5,0

Pedro 4,5

Bruno Henrique 4,5

11Everton 5,0

Danilo 5,5

Juninh0 5,0

Matheus Gonçalves 5,0

Michael 5,0

Varela 5,5

Botafogo

John 6,0

Vitinho 6,0

Jair 6,0

David Ricardo 7,0

Alex Telles 6,5

Gregore 6,0

Marlon Freitas 5,5

Allan 6,0

Rwan Seco 5,0

Igor Jesus 5,5

Cuiabano 6,0

Danilo 5,5

Marçal 5,0

Mateo Ponte 5,0

Nathan Fernandes 5,5

Santiago Rodríguez 5,0