Crônica Crítica: Equador 0 x 0 Brasil – Um Brasil Sem Alma na Estreia de Ancelotti
Guayaquil, 5 de junho de 2025. O Estádio Monumental Isidro Romero Carbo foi palco de um espetáculo que prometia ser o renascimento da seleção brasileira sob o comando de Carlo Ancelotti. No entanto, o que se viu no empate sem gols contra o Equador, pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa de 2026, foi uma exibição apática, previsível e frustrante de um Brasil que parece desconectado de sua própria história. A estreia do técnico italiano, tão aguardada, deixou um gosto amargo: a seleção canarinha foi uma sombra do que já foi, dominada por um Equador organizado e incapaz de criar algo que justificasse o peso da camisa amarela.
O Brasil entrou em campo com uma escalação que, no papel, trazia esperança. Nomes como Vinícius Júnior, Casemiro, Estêvão e Richarlison sugeriam um time capaz de impor respeito. Mas a realidade em campo foi cruel. A seleção brasileira foi sufocada pela pressão equatoriana, que, com uma defesa sólida – a melhor das Eliminatórias, com apenas cinco gols sofridos em 14 jogos – e uma marcação implacável, anulou qualquer tentativa de criatividade brasileira. A posse de bola, dividida quase igualmente (46% para o Brasil, 54% para o Equador), reflete a incapacidade do time de Ancelotti de controlar o jogo. Pior: o Brasil finalizou pouco, criou menos ainda e dependeu de lampejos isolados de Vini Jr. para evitar um vexame maior.
A proposta tática de Ancelotti, com um 4-3-3 reforçado por três volantes (Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson), priorizou a segurança defensiva, e nisso, ao menos, teve sucesso: Marquinhos e Alex formaram uma dupla de zaga sólida, e Alisson mal foi acionado. Mas a que custo? O meio-campo, que deveria ser o motor do time, foi inoperante. Casemiro, de volta após um ano, até mostrou disposição, mas Bruno Guimarães e Gerson pareceram presos a papéis táticos que limitaram sua capacidade de construir. Gerson, que tentou algumas movimentações entrelinhas, foi uma exceção em um setor que mais destruiu do que criou. A falta de um armador de ofício, um “cérebro” para ditar o ritmo, foi gritante. Como disse um jornal espanhol, “sem açúcar, sem jogo bonito, uma sombra do que já foi”.
No ataque, a decepção foi ainda mais evidente. Vinícius Júnior, agora camisa 10, teve momentos de brilho, como uma jogada que resultou em uma chance desperdiçada por Richarlison e outra que terminou em uma finalização fraca de Casemiro. Mas, isolado, Vini não conseguiu repetir o nível que o coloca entre os melhores do mundo no Real Madrid. Richarlison, por sua vez, foi um retrato da ineficiência: erros técnicos, uma finalização bisonha após passe de Vini e um jejum que se arrasta desde a Copa de 2022. Estêvão, em sua primeira partida como titular, mostrou imaturidade, tomando decisões erradas e sendo facilmente desarmado. As substituições de Ancelotti – Matheus Cunha e Martinelli no lugar de Richarlison e Estêvão – não mudaram o panorama. O Brasil continuou previsível, sem intensidade, sem ideias.
A torcida brasileira, que esperava um novo capítulo com Ancelotti, viu um time que parece carregar o peso das gestões anteriores. A herança de Fernando Diniz e Dorival Júnior, marcada por oscilações e uma goleada de 4 a 1 para a Argentina, ainda assombra. Ancelotti, com apenas três treinos, não teve tempo de implementar sua filosofia, mas o que se viu em campo foi um Brasil que jogou como se estivesse sob o comando de seus antecessores: reativo, desorganizado no ataque e sem inspiração. Como apontaram posts no X, a seleção “passou vergonha levando pressão do Equador” e foi “dominada” por um adversário que, embora competente, não tem o mesmo calibre histórico.
O empate, que mantém o Brasil em quarto lugar com 22 pontos, pode até ser visto como um “mal menor” por Ancelotti, que elogiou a solidez defensiva. Mas para uma seleção que almeja o hexa, é inaceitável sair de campo sem chutar com perigo, sem criar chances claras e sem mostrar um mínimo de identidade. O Equador, vice-líder com 23 pontos, jogou como um time; o Brasil, como um amontoado de talentos sem direção. A próxima partida, contra o Paraguai, na Neo Química Arena, será um teste crucial. Se Ancelotti não conseguir dar ao menos um esboço de sua genialidade tática, a desconfiança só vai crescer.
O Brasil precisa de mais do que um técnico renomado. Precisa de alma, de ousadia, de um futebol que honre sua história. Em Guayaquil, o que vimos foi um time medíocre, que agradece por não ter perdido. Que o Paraguai não seja apenas mais um capítulo dessa narrativa de desencanto.
Seleção Brasileira
O primeiro treino de Ancelotti com a Seleção Brasileira foi mais do que uma sessão tática; foi o início de um projeto ambicioso para devolver o Brasil ao topo do futebol mundial. Com apenas dois treinos antes da estreia contra o Equador, o tempo é curto, mas a confiança no trabalho do italiano é imensa. A torcida brasileira, que há anos sonha com o hexacampeonato, vê em Ancelotti não apenas um estrategista, mas um líder capaz de transformar talento em conquistas.
Enquanto a Seleção se prepara para os desafios das Eliminatórias, uma coisa é certa: com Carlo Ancelotti no comando, o Brasil está pronto para escrever novos capítulos gloriosos. Que venham os próximos treinos, os jogos e, quem sabe, a tão sonhada taça em 2026!
No Treino de hoje segundo o site Globo Esporte.com a Seleção treinou com a equipe : Alisson, Vanderson, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Gerson e Bruno Guimarães; Estêvão, Vini Jr e Richarlison. mas Amanhã será feito um novo treino para definir a equipe que vai enfrentar a seleção do Equador
Primeira Convocação da Seleção Brasileira da Era Carlos Ancelotti
Primeira convocação do Ancelloti:
Goleiros: Alisson ,Bento, Hugo Souza
Defensores : Alex Sandro, Alesandro, Beraldo Carlos Augusto, Danilo, Léo Ortiz ,Marquinhos, Vanderson, Wesley
Meios Campistas:
Andreas Pereira, Andrey Santos, Bruno Guimarães, Casemiro, Ederson, Gerson
Atacantes: Antony, Estevão, Gabriel Martinelli, Matheus Cunha, Raphinha, Richarlison ,Vini Jr