Retrospectiva do Triatlo em 2025
O ano de 2025 foi um dos mais emocionantes para o triatlo mundial, com competições de alto nível, dominações surpreendentes e o surgimento de novos talentos. Após o ciclo olímpico de Paris 2024, o esporte viu um foco renovado em séries mundiais, campeonatos de longa distância e eventos regionais. A World Triathlon Championship Series (WTCS) e o Ironman World Championship foram os pontos altos, com noruegueses e europeus brilhando. Relembre os principais momentos, vencedores e destaques da temporada.
World Triathlon Championship Series (WTCS) 2025
A WTCS, principal circuito de triatlo de curta distância, teve sete etapas ao longo do ano, culminando nas Finais em Wollongong, Austrália, em outubro. No masculino, o australiano Matthew Hauser dominou, conquistando o título mundial com 4250 pontos, seguido pelo brasileiro Miguel Hidalgo (3769.95 pontos) e pelo português Vasco Vilaça (3690.12 pontos). Hidalgo foi o grande destaque brasileiro, vencendo a etapa de Alghero, na Itália, em maio, com tempo de 1h44min05s, superando o australiano Hauser e o francês Léo Bergère – sua primeira vitória na série e a primeira do Brasil em 2025.
No feminino, a alemã Lisa Tertsch surpreendeu ao faturar o campeonato com 3886.26 pontos, aproveitando o colapso das líderes nas Finais de Wollongong para vencer a prova decisiva e o título geral. A francesa Léonie Périault ficou em segundo (3577.04 pontos), e a britânica Beth Potter em terceiro (3313.18 pontos). As Finais foram marcadas por condições climáticas desafiadoras, com vento e calor afetando favoritas como Cassandre Beaugrand.
Outros destaques incluíram o World Cup de San Pedro de la Paz, no Chile, onde o brasileiro Manoel Messias venceu no masculino, e eventos como Vina del Mar, também no Chile.
Ironman World Championship 2025
No triatlo de longa distância, o Ironman World Championship continuou separado por gênero. No masculino, realizado em Nice, França, em setembro, o norueguês Casper Stornes conquistou o título com o tempo de 7:51:39, liderando um pódio todo norueguês: Gustav Iden em segundo (7:54:13) e Kristian Blummenfelt em terceiro (7:56:45, aproximadamente). A prova destacou a dominância norueguesa, com Stornes superando o percurso montanhoso.
No feminino, em Kailua-Kona, Havaí, em outubro, a norueguesa Solveig Løvseth venceu em sua estreia, com uma performance impressionante na maratona, assumindo a liderança nos quilômetros finais. O evento reuniu mais de 1.600 atletas de 78 países, marcando um recorde de participação feminina.
Além disso, o Ironman 70.3 World Championship viu 25 atletas conquistando títulos em categorias etárias, e eventos como o Ironman North American Championship em Texas foram vencidos pela britânica Kat Matthews e pelo norueguês Kristian Blummenfelt.
Eventos Regionais e Destaques Brasileiros
No Brasil, o Ironman Brasil, em Florianópolis, teve vitórias da brasileira Pamella Oliveira no feminino (8:46:17) e do argentino Luciano Taccone no masculino (7:31:46). A Federação de Triatlo de Portugal registrou eventos como o Triatlo de Sesimbra e o Duatlo de Grândola, com forte participação local.
Destaques individuais: Miguel Hidalgo e Manoel Messias elevaram o triatlo brasileiro, com pódios internacionais. Inovações como maior uso de tecnologia em transmissões e foco em sustentabilidade marcaram o ano.
Perspectivas e Grandes Campeonatos em 2026
2026 promete ser um ano de unificação e expansão, com o caminho para Los Angeles 2028 em vista. O Ironman World Championship retorna unificado a Kona, Havaí, para homens e mulheres. O Ironman 70.3 World Championship será em Nice, França, celebrando o berço europeu do triatlo de longa distância.
A WTCS terá etapas em Devonport (Austrália), Abu Dhabi (Emirados Árabes) e mais, com as Finais em Pontevedra, Espanha. Outros destaques: XTERRA North American Championship em maio, Challenge Israman em janeiro, e eventos como o Multisport National Championships nos EUA. Campeonatos continentais e o World Winter Triathlon também estão no calendário.O triatlo continua crescendo, com ênfase em inclusão e inovação.
Miguel Hidalgo Conquista o Vice-Campeonato Mundial de Triatlo em Wollongong
Wollongong, Austrália – Em uma temporada histórica, o triatleta brasileiro Miguel Hidalgo, de São Paulo, confirmou seu lugar entre os melhores do mundo ao conquistar o vice-campeonato no Circuito Mundial de Triatlo (World Triathlon Championship Series) neste domingo, 19 de outubro de 2025. A etapa final, realizada na cidade australiana de Wollongong, coroou o atleta de 24 anos como o segundo colocado geral da temporada, marcando o melhor desempenho de sua carreira.
Hidalgo terminou a prova decisiva em quarto lugar, com o tempo de 1h43min41s, resultado suficiente para garantir a prata no ranking mundial. A competição, que inclui natação, ciclismo e corrida, foi vencida pelo australiano Matthew Hauser, que cruzou a linha de chegada em 1h42min41s e faturou tanto a etapa quanto o título mundial geral. Vale destacar que, ao contrário de outras modalidades esportivas, o triatlo não possui um campeonato mundial isolado; o Circuito Mundial é considerado o equivalente ao título global, conforme explicado por especialistas da modalidade.
A jornada de Hidalgo até o pódio foi marcada por consistência e vitórias memoráveis. Em junho de 2025, ele se tornou o primeiro brasileiro a vencer uma etapa do WTCS, em Alghero, na Itália, impulsionando sua posição no ranking. Em setembro, uma medalha de prata em Karlovy Vary, na República Tcheca, o elevou ao segundo lugar provisório da série, preparando o terreno para a final em Wollongong. Antes da prova decisiva, análises apontavam que uma vitória de Hidalgo poderia lhe render o ouro geral, dependendo dos resultados de Hauser, mas o australiano dominou a etapa em casa.
Nas redes sociais, a conquista gerou comoção entre fãs e a comunidade esportiva brasileira. Postagens destacaram a resiliência do atleta e o orgulho nacional por mais um marco no triatlo. Hidalgo, que representa o Brasil desde jovem e competiu em eventos como os Jogos Olímpicos, agora mira em consolidação para o ciclo rumo a Los Angeles 2028.
Essa prata reforça o crescimento do triatlo brasileiro no cenário internacional, inspirando novos talentos e elevando o patamar do esporte no país. Com olhos no futuro, Miguel Hidalgo prova que sonhos, combinados com dedicação, podem se transformar em realidade global.